Crianças teimosas, birrentas e obstinadas. Como educá-las
Por que o meu filho é tão teimoso? Essa é uma das perguntas que a gente mais ouve quando vários pais conversam sobre os seus filhos. O que podemos fazer para controlar esse comportamento? É possível mudar essa conduta?
Se partirmos da premissa de que as crianças não nascem teimosas, mas se tornam, não há dúvida de que são algumas circunstâncias da educação que recebem ou o que lhes ensinam e permitem que as levam a ser teimosas e birrentas.
Como educar a uma criança teimosa
Uma criança obstinada, birrenta ou caprichosa é a que não aceita ordens, nem sugestões, nem conselhos. É uma criança que resiste à obediência e ao cumprimento de algumas ou todas as regras. A tudo o que seus pais lhe pedem sua resposta é sempre negativa e sua atitude rígida. Discorda de tudo e faz o contrário.
É uma criança impulsiva, que tenta conquistar espaço para satisfazer sempre a sua própria vontade. A teimosia é a negativa a todo contato humano, mediante uma defesa dos seus pensamentos. São, por exemplo, as crianças que ficam de birra num canto do quarto porque não querem recolher os brinquedos, ou porque não querem comer o que lhe colocam à mesa, ou porque não querem brincar com o que lhe propõem. O passo seguinte é a resistência, ou seja, as famosas birras.
Educar as crianças na obediência
A obediência, como qualquer outro valor também se aprende na educação. Se a criança não aprende a ter limites, desde a mais tenra idade, quando crescer, ela não aceitará nenhum tipo de limite e se converterá em teimosa e obstinada. Um exemplo disso é a atitude positiva que alguns pais demonstram, quando seus filhos ainda muito pequenos, batem e machucam a outros. A essa atitude, os pais dizem frases como: "esse menino vai saber se defender sozinho". Pura ilusão!
Quando a criança cresce e continua fazendo o mesmo, o que antes "divertia’" os pais, agora lhes preocupa. Então a criança se perguntará: "por que estão me castigando por isso, se antes achavam engraçado?"
Quando quiser impor limites, a criança sentirá que estão sendo injustos com ela.
Em que temos nos equivocado na educação para que nosso filho tenha se convertido em uma criança teimosa?
É absolutamente normal que em uns períodos determinados, entre os 3 e 4 anos de idade, a criança se mostre teimosa. Nessa idade, a criança descobre seu "eu" e com ele, sua própria vontade.
O problema é quando a teimosia persiste e invade outras etapas da vida da criança.
Sugestões para controlar e mudar o comportamento teimoso
- Os limites são uma chamada "à ordem" desse impulso. Uns limites claros, aplicados com compreensão e paciência são necessários para encontrar o equilíbrio entre pais e filhos.
- Não permita nem aceite a teimosia da criança. Se o permitirmos, ela se instalará para sempre em sua vida.
- Diferencie a teimosia da chateação. Uma criança, como qualquer outra pessoa, tem o direito de se chatear, de não estar de acordo, mas há que evitar que isso se transforme numa atitude teimosa, obstinada ou mal educada e sem respeito ao outro.
- Se a criança for birrenta, os pais não devem agir da mesma forma com ela ou entre elas mesmas.
- Não use a força ou o castigo físico para combater a teimosia das crianças.
- Brinde à criança com uma educação baseada em valores como o respeito, a paciência, a bondade, a tolerância, etc. De nada serve que os pais utilizem a discussão, a autoridade desenfreada, a humilhação e o aborrecimento para educar aos seus filhos e logo exigir-lhes o contrário. Deve-se educar com o exemplo. As crianças necessitam de "espelhos positivos" em quem possam se espelhar.
- Que os pais tenham o mesmo grau de exigência com todos os filhos. A teimosia e a resistência, bem canalizadas têm grandes valores.
De toda criança saudável se deve esperar resistência quando ela crê que seus direitos naturais são minados. Não devemos impor limites a tudo, pois estaremos cortando as asas da imaginação e da criatividade.
Tenha em mente, que a vida pede pessoas que reclamem e defendam os seus direitos.
Fonte consultada:
‘La terquedad’ (‘A teimosia’), de Teodoro Hernández Moya (colégio San José de Villafranca de los Barros)
‘Tres defectos graves y su remedio: el niño terco, el embustero y el ladronzuelo’ (‘Três defeitos graves e o seu remédio: a criança teimosa, a mentirosa e a larápia’) , de Ernst Ell.
‘El niño feliz’(‘A criança feliz’), de Dorothy Corkille Briggs