Você Sabe Como Disciplinar Seu Filho II
Continuação...
“Dar um tempo” para a criança
• Significa tirar a criança de um ambiente legal e deixá-la em um cantinho até que
ela se acalme.
• Esta técnica é recomendada para crianças maiores de 7 meses até 12 anos de idade
• Com essa técnica, a criança aprende que seu comportamento inadequado resulta em consequências negativas e que ela poderia estar aproveitando o ambiente legal ao invés de ficar parada, “dando um tempo sozinha”, apenas pensando sobre o que fez e sem ninguém para conversar.
Como “dar um tempo” para crianças até 2 anos de idade
• Quando seu filho fizer alguma coisa errada, tire-o de onde ele está e o coloque em outro lugar até que possa se acalmar. Você pode colocar seu filho que está arremessando brinquedos nos outros dentro do chiqueirinho e, assim que ele se acalmar, retirá-lo do chiqueirinho e colocá-lo de volta para brincar. Fique próxima para garantir sua segurança e proteção.
• Não demore muito para deixar seu filho no chiqueirinho, no máximo 2 minutos.
• Se possível, não tire o bebê do chiqueirinho enquanto ele estiver chorando. Espere ele se acalmar.
• Fique atenta e próxima. Lembre-se: crianças pequenas nunca podem ficar sem supervisão!
Como “dar um tempo” para crianças de 3 a 8 anos de idade
• Você terá que ensinar seu filho o que é “dar um tempo”. Para isso, escolha um momento em que seu filho não esteja fazendo nada
de errado e o coloque no lugar escolhido para “dar um tempo” e fale que aquilo é um treino para que ele saiba o que fazer quando se
comportar de modo inadequado.
• Explique que, enquanto estiver sentado, “dando um tempo”, ele não poderá conversar com ninguém e deverá procurar se acalmar e ficar quietinho e, assim que conseguir isso, poderá sair.
• De início, deixe-o ficar alguns segundos sentado. Na hora em que estiver quietinho, vá até seu filho gentilmente e diga que ele pode sair. Elogie o esforço dele e a rapidez com que ficou quietinho.
• Vá aumentando o tempo pouco a pouco: calcula-se um minuto por idade da criança.
• “Dar um tempo” vai ajudar seu filho a manter a calma, ser paciente e a ter habilidades de se controlar.
• Assim, quando ele se comportar mal, você deve avisá-lo que ele precisará “dar um tempo”.
• Escolha um lugar da casa onde seu filho pode ver toda a
movimentação, mas não poderá participar.
• Não deixe uma criança “dar um tempo” perto de televisão, videogame ou brinquedos....
• Assim que seu filho se acalmar, vá até ele e diga que ele pode sair ou você pode combinar com ele, que quando ele se sentir pronto para conversar com você calmamente, que poderá vir até você.
Observação: Lembre-se de que, ao escolher o local, você deve ter condições de
visualizá-lo para, assim, monitorar (acompanhar) o comportamento de seu filho.
O que faz a estratégia de “dar um tempo” funcionar é a sua consistência - ou seja, toda vez que a criança fizer algo errado você deve usar a estratégia.
E se....
1. A criança não quiser sair quando estiver “dando um tempo”?
Deixe-a ficar mais um tempo, até que ela perceba que aquilo não é um jogo.
2. A criança ficar gritando e chamando a atenção?
Ignore. Sem plateia não tem show!!!
3. A criança diz que adora ficar “dando um tempo”?
Não discuta com ela e não acredite também!!!
4. A criança não quer ficar “dando um tempo”?
Peça licença a sua criança e diga que você irá “dar um tempo” até se
acalmar. Vá até seu quarto ou banheiro, fique lá dentro até se acalmar, deixe
a porta fechada ou semifechada. Provavelmente seu filho ficará do lado de
fora chorando ou fazendo manhã. Espere ele se acalmar também. Assim
que ele parar, saia do banheiro ou quarto e volte a dar atenção. Lembre-se:
a sua atenção vale ouro.
"Deixar a criança sentir as consequências de seu comportamento"
• Significa deixar a criança experimentar, por ela mesma, as consequências de
seus comportamentos. Ex: Sua criança atirou de propósito a comida do prato no
chão. Deixe, então, que ela limpe toda a sujeira. Lembre-se de não gritar e nem
ameaçar ao solicitar.
• Os pais não devem demonstrar qualquer descontentamento ou mesmo se
envolver em discussões com a criança.
• Não usar essa estratégia quando oferecer perigo para a criança. Lembre-se: a
segurança e a proteção da criança vêm sempre em primeiro lugar!
"Perda de privilégios"
• Privilégio é qualquer coisa que a criança prefere ou deseja, além das
necessidades básicas.
• Escolha remover um privilégio viável (por exemplo, se você retira a TV da casa, a
família toda fica prejudicada).
• Não fique ameaçando que vai tirar privilégio, apenas tire!
• Tire o privilégio o mais rápido possível depois do comportamento inadequado
da criança.
• Varie os privilégios que devem ser removidos.
• Se a criança for tímida e não tiver muitos amigos, não remova atividades
sociais, impedindo-a de brincar com “amiguinhos”.
Erros de disciplina que devem ser evitados
• Esperar muito tempo para disciplinar;
• Fazer ameaças ao invés de efetivamente disciplinar;
• Fazer exceções para disciplinar;
• Não ser consistente;
• Punir de acordo com o humor (punir quando estiver com raiva
e não punir quando estiver alegre);
• “Dar sermão” (ficar falando demais) quando a criança ou adolescente se comporta de forma inadequada.
A criança que recebe limites de seus pais aprende a aceitar a disciplina como parte da vida. Ela será um adulto mais produtivo e feliz porque saberá enfrentar dificuldades, tendo mais facilidade de convívio.
Bater ou não bater?
• Bater não faz a criança mudar de comportamento, pois não ensina alternativas de comportamento.
• Bater ensina a criança que a agressão é uma forma aceitável para se resolver problemas ou expressar raiva.
• Bater gera sentimentos negativos na criança.
• Bater pode causar ferimentos e levar até a morte.
• Bater viola os Direitos da criança, não sendo permitido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Portanto, bater é contra a lei!
• Bater é um ato de covardia: o adulto é grande e forte, a criança é imatura e frágil.
• Bater ensina agressividade e a fugir do agressor. Muitas crianças fogem de casa e moram na rua por causa de agressões físicas dos pais.
• Bater gera muita raiva e a criança lembra mais da raiva que está sentindo do que da “lição” que a mãe queria dar.
• Uma simples palmada é um ato de violência. Lembre-se: a violência pode crescer - primeiro um tapa, depois safanões e agressões fortes. CUIDADO! MUITO CUIDADO!
• Se você bate no seu filho, como vai fazer para controlar o comportamento dele quando ele crescer e se tornar um adolescente?
• Você gosta de ser agredida?
A gente não deve fazer nos outros aquilo que não gosta para si.