Você Sabe Aplicar a Monitoria Positiva e o Modelo Moral Para Promover Comportamentos Cooperativos de
A Monitoria Positiva e o Modelo Moral são formas adequadas de ensinar sua criança a ter comportamentos voltados para a convivência em grupo, de forma saudável, com habilidades para solucionar problemas, com capacidade de conviver de maneira cortês, solidária e amigável com os demais. Portanto, a Monitoria Positiva e o Modelo Moral são práticas educativas positivas. Vejamos cada uma delas:
Monitoria Positiva
A Monitoria Positiva consiste em saber onde seu filho está, com quem anda, quem são seus amigos, a que horas volta etc. É o conhecimento da vida de seu filho.
Ao exercer a monitoria ou supervisão do filho não seja autoritário (muito exigente e dando pouco carinho). Além disso, você não deve ser muito exigente, a ponto de não respeitar a individualidade de seu filho e, tampouco, permissivo demais, tornando-se negligente. Exigindo em demasia, sendo autoritário ou negligente, você estará afastando seu filho de você, além da possibilidade de causar danos à autoestima dele, levando-o talvez apresentar comportamentos pouco saudáveis. A monitoria deve ser uma ação calorosa e compreensiva, permitindo a autonomia emocional do filho.
Acompanhar ou monitorar positivamente o crescimento de um filho, requer compartilhar com ela, interesses. Isso significa não apenas dizer que a ama, mas demonstrar afeto, carinho, atenção nas atitudes. Os pais ou os adultos cuidadores, são modelos para a criança, desde o seu nascimento. Assim, olhar para um bebê com um sorriso no rosto mostra a ele que você está feliz com esse contato e que ele é amado e respeitado. Contatos de pele, abraços, beijos, afagos são expressões de afeto importantes para desenvolver a empatia entre o adulto e a criança e, mais tarde, isso será muito importante para a criança poder relacionar-se de forma saudável com os outros.
O que é empatia?
Trata-se de uma habilidade fundamental para vivermos em harmonia na sociedade. É ser capaz de se colocar no lugar do outro, calibrando nossas emoções com o que o outro está sentindo, por exemplo: demonstrar tristeza quando um amigo cai e se machuca, alegria quando o irmão ganha um presente etc. Falar de forma branda e tranquila e dizer que compreende o que está sentindo naquele momento, é validar as emoções do seu filho e essa ação é uma forma de acalmar seu filho e mostrar que ele está seguro naquele ambiente e que pode confiar em você.
É nas relações com o adulto que a criança desenvolve a autoestima, a segurança, as habilidades de relacionar-se com as outras pessoas e de resolver problemas. Enfim, é dessa forma que ela desenvolve comportamentos úteis para o convívio social.
Para você colocar em prática a Monitoria Positiva, você pode:
• Escolher um momento diário para a convivência da família, ou seja, das pessoas que vivem na mesma casa
. Pode ser na hora do jantar, por exemplo, ou no momento em que se reúnem no sofá da sala para relaxar antes de ir dormir. Esses momentos devem ser tranquilos e sem ruídos (evitar brinquedos barulhentos, aparelho de som ou televisor ligado, por exemplo).
• Nesses momentos, procure conversar com seu(s) filho(s), não só falando, mas também ouvindo, respeitando o que a criança tem a dizer. Durante esses momentos de diálogo deixe seu(s) filho(s) à vontade para falar, até que se torne uma prática natural para a criança falar espontaneamente sobre os seus amigos, onde gosta de ir e a atividade que prefere. Portanto, nesses momentos, procure promover a expressão de sentimentos de seu(s) filho(s).
• Adquira o hábito de conversar com seu(s) filho(s) sobre o dia dele(s) na escola, perguntando a ele(s) como foi a aula, como foi a interação com o professor e com os colegas, se brincou, o que mais gostou, etc. Procure ouvi-lo (s) com atenção. Essa prática pode se estender às outras atividades do seu(s)filho(s).
• Procure observar seu(s) filho(s) e ajudá-lo(s) a resolver problemas, mas respeitando a individualidade e privacidade dele(s).
• Mesmo que esteja bastante envolvida com os seus afazeres de trabalho ou pessoais, não deixe de dar atenção ao(s) seu(s) filho(s), escrevendo um bilhete, um recado por telefone etc.
Dicas
A Monitoria Positiva é o melhor caminho para um diálogo saudável com seu(s) filho(s), pois além de construir um relacionamento franco com ele(s), permite conhecer aspectos da vida da criança que possibilitarão a condução adequada da sua educação.
Modelo Moral
Esta prática educativa parental consiste em apresentar para as crianças valores e formas adequadas de se relacionar com os outros. A transmissão de valores tais como: honestidade, generosidade, justiça e compaixão é inerente à vida em comunidade e inibe futuros comportamentos violentos. Assim, nas relações com os filhos, os pais devem transmitir modelos morais. Para isso, os pais precisam ser modelos de fato, ou seja, não adianta apenas falar, é preciso agir. Exemplo: dizer para a criança que jogar lixo nas ruas é ruim e ao buscá-la na escola fazer o contrário, jogando papel de bala no chão. É preciso ter coerência entre o que se fala e o que se faz, isso é fundamental! No Modelo Moral, não cabe, definitivamente, a regra: “Faça o que eu digo, não faça o que eu faço”. O modelo moral deve ser oferecido para a criança por meio do diálogo entre o adulto e a criança sem preconceitos. Devem prevalecer as relações de respeito mútuo, sem o uso da coação do mais forte (adulto) sobre o mais fraco (criança). Se a criança viver relações entre iguais e relações de cooperação pode surgir a autonomia, ou seja, a criança será capaz de tomar decisões adequadas, por conta própria.
Importante
Ao transmitir valores morais para seu(s) filho(s), procure fazê-lo por meio do diálogo, ou seja, não sendo autoritária. Os pais que se preocupam em transmitir valores morais adequados para seus filhos, motivam a criança a prestar atenção em vítimas de danos e tragédias. Já os pais coercitivos, cujas ações provocam medo e raiva na criança, quando essa transgride uma norma que causou danos a alguém, deixam de focalizar as consequências que o ato causou na vítima.
Para você colocar em prática a Monitoria Positiva, você pode:
• Desenvolvendo práticas voltadas para o desenvolvimento da empatia: fazer o exercício de se colocar no lugar do outro que está sofrendo. Exemplo: quando a criança quebra o carrinho do coleguinha, faça com que ela reflita o que iria acontecer, o que ela iria sentir se fosse o contrário.
• Um outro exercício de reflexão sobre os valores morais pode ser feito por meio dos programas de televisão. Exemplo: procure saber o que seu(s) filho(s) assiste(m). Feita essa pesquisa, assista com ele(s) a um programa de TV (filme, novela etc.) e depois discuta com ele(s) quais os aspectos positivos e negativos dos comportamentos dos personagens. Refletir sobre o comportamento dos personagens é de fundamental importância para que a criança e o adolescente possam reagir criticamente frente a uma situação real semelhante àquela do programa de TV.
Dicas
Seu filho chega em casa com objeto ou com dinheiro que você sabe que não é dele. Procure saber de quem é e por que está com ele e ensine-o a devolver.
• Caso seu filho vier a estragar alguma coisa de alguém, ensine-o a contar o que fez, a pedir desculpas e repor o objetivo destruído.
• Procure incentivar seu filho a ler livros, revistas ou a assistir programas de TV que mostrem os efeitos negativos do uso de drogas e da violência.
As consequências do desenvolvimento de valores morais são um aumento da autoestima da criança, dos comportamentos
socialmente adequados (aqueles relativos à colaboração, ao apoio, à solidariedade etc.), do autoconceito em crianças e adolescentes que convivem com pais que têm esta conduta. Além disso, os filhos admiram os valores dos pais e aprendem a fazer julgamentos morais apropriados.
Finalmente, segundo as pesquisas recentes sobre orientação de pais e filhos, a valorização de padrões morais de conduta é, juntamente com a Monitoria Positiva, a melhor maneira de evitar o surgimento de comportamentos problemas futuros tais como: as agressões, o uso de drogas, entre outros.
Estilo parental inapropriado
• Disciplina inconsistente
• Permissividade
• Regras caóticas ou incoerentes
• Supervisão inexistente ou falha (nunca sabe onde o filho está)
• Disciplina coercitiva
• Interação verbal aversiva, extensa e frequente
• Pouco afeto
• Muita crítica
• Índice alto de reforçamento de comportamento inapropriado
• Ignora comportamento adequado
• Uso da violência como estratégia de solução de problemas
• Emprego frequente e intenso de violência (física, psicológica ou sexual) ou negligência
• Uso de ameaças
• Ignora esforços do filho para melhorar
• Pouco sorriso
• Não afaga ou demonstra carinho
• Não conversa
• Não ouve
• Não demonstra empatia
• Uso de sarcasmo com frequência
• Uso de modelos inadequados
• Brigas na frente do filho
Estilo parental apropriado
• Disciplina consistente
• Limites
• Regras firmes, mas flexíveis
• Supervisão adequada (sempre sabe onde o filho está)
• Disciplina não coercitiva
• Interação verbal positiva, extensa e frequente
• Muito afeto
• Pouca crítica (são construtivas)
• Índice alto de reforçamento de comportamento apropriado
• Ignora comportamento inadequado, quando possível
• Estratégias criativas e pacíficas (com base no diálogo)
• Ausência de violência
• Não faz ameaças
• Reconhece e valida os esforços do filho para melhorar
• Muito sorriso
• Afaga e demonstra carinho
• Há diálogo frequente
• Ouve
• Demonstra empatia
• Pouca ou nenhuma utilização de sarcasmo
• Uso de modelos apropriados
• Minimiza brigas na frente do filho